sábado, 10 de novembro de 2012

NOSSA ESSÊNCIA

       Somos estudantes da Universidade Metodista de São Paulo (UMESP), cursando o 4° semestre da graduação em Pedagogia .
       Temos como desafio a proposta de Avaliação Integrada Intermodular a criação de um Blog, onde devem ser contempladas as temáticas da grade curricular deste semestre, tendo como eixo norteador a exclusão / inclusão em nossa sociedade, na Educação de crianças, jovens e adultos. Para isto, nos baseamos em nossas aulas, bem como músicas, imagens, poesias e textos, refletindo a partir deles.


Esperamos que gostem!
Nieve Ribeiro e Helena Pais 
Design: Rodrigo Moreira Lima

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

O PORQUE “O QUE PODE ESTÁ LÍNGUA?”




Para abertura do nosso blog escolhemos a frase “O que pode está língua?”. Frase do refrão da música Língua, do cantor e compositor Caetano Veloso.
Escolhemos essa frase devido a uma aula que tivemos na disciplina de Português, no semestre passado que fizemos um estudo aprofundado na música e o conjunto de expressões que ela nos traz da nossa Língua, da nação brasileira: composta por estrangeirismos, ideologia, de formação de uma sociedade manipuladora, que nos remete a lembrança das lutas de classes, contradições de criticas, de ironia. Caetano termina sua música “E deixa que digam, que pensem, que falem”, ou seja, nossa língua, a palavra em si, é cheia de VIDA.
 Temos que ser cidadãos críticos e fazer discernimento, começar a CONSTRUIR SENTIDOS, das palavras escritas, ou ditas no jornal televisivo, programas de TV, filmes, entre outros.
                O QUE PODE ESTÁ LÍNGUA? Sinta a intensidade da frase, do poder da palavra, da voz, da escrita. A Língua pode muito, basta a sociedade perceber esse olhar.






Nieve Dios


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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

ESSE MUNDO NÃO VALE O MUNDO MEU BEM

             Essa frase é o título de uma música da banda O Teatro Mágico, que reflete a sociedade capitalista que vivemos (de desigualdade social), que tem como base a poesia de Carlos Drummond de Andrade. Ironicamente  Fernando Anitelli (cantor e compositor da banda) nos mostra quem é que tem a Língua “ativa”: a classe dominante, pois “É preciso ter pra ser ou não ser”.           Temos aprendido nas aulas de História com o docente Edson Fasano, que temos de ver o outro lado da história além dos atos heróicos (os "mocinhos"), que estão nos registros históricos. Pesquisar antes de levar a sala de aula quem era aqueles heróis portugueses do "descobrimento". Os negros não tinham vontades e desejos? E analisando suas histórias, não serão eles os heróis?
“Somos massas e amostras, contaminam o chão, família e tradição” até quando seremos amostras na sociedade que está alienada, amostras na Educação? Daremos continuidade para “essa tristura destemperada” que seria a sociedade.   O que pode esta língua? É poder mudar, transformar, ter uma leitura de mundo. Afinal esse “mundo não vale o mundo meu bem, grita Terra mãe que nos pariu”. Para Drummond:
“Meu bem, assim acordados, assim lúcidos, severos,
ou assim abandonados, deixando-nos à deriva levar na palma do tempo [...]
Meu bem, o mundo é fechado,se não for antes vazio.
O mundo é talvez: e é só.
Talvez nem seja talvez.”
Meu bem, usemos palavras. Façamos mundos: idéias[...] “
                                             (Cantiga de enganar – Carlos Drummond de Andrade)
             
             Como futuros pedagogos temos que compreender e buscar ensinar aos nossos futuros alunos, a leitura de mundo que está dentro de si, de expressão, de critica, de conhecimento, do poder da palavra não deixar a "razão ser como equação de matemática e tirar a prática, de sermos um pouco mais de nós". Temos que viver em uma outra frequência, porque seria mais fácil fazer como muitos fazem, pertencendo ao senso comum. Mas sabemos que não é bem assim. Paulo Freire diz: “Se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda”. Afinal, "se fosse fácil achar o caminho das pedras, tantas pedras no caminho não seria ruim". (Outras frequencias - Engenheiros do Hawai)

Nieve Dios

terça-feira, 6 de novembro de 2012

A REALIDADE





A imaginação utópica quer ainda [...] que todos sejam tratados do mesmo modo, homens, mulheres e crianças. Que ninguém passe necessidade. [...] E que exista a liberdade de expressão, e a religiosa. E que a educação seja acessível a todos.”
 Teixeira Coelho[1]
                Ao se depararem com cenas como esta,muitos se sentem chocados e pensam o quanto governo e sociedade pouco fazem para melhorar as condições de vida dos menos favorecidos. Contudo devemos lembrar que pertencemos a esta sociedade e que somos também responsáveis por esta desigualdade, até mesmo quando elegemos aqueles que governam o país.
                Como diria Teixeira Coelho na epígrafe deste artigo, a “imaginação utópica” vê um mundo onde “... ninguém passe necessidade”. Como podemos notar, não é o que ocorre e parece que estamos longe disso.
                A cidadania é ter acesso aos direitos. Os deveres vêm em decorrência do acesso aos direitos, afinal, se negam os direitos, como pode cobrar os deveres de alguém?
                Isto nos leva a pensar quais são esses direitos. Dentre eles, educação, saúde, lazer e moradia. Observando esta imagem, poderíamos concluir que estas crianças não seriam consideradas cidadãos?
                A busca pelos direitos é algo constante, porém inalcançável para os menos favorecidos, levando-os a desistirem no meio do percurso. Mas existem diversas ONGs que tentam mudar essa situação, ajudando milhões de brasileiros a conquistar a sua cidadania e dignidade enquanto ser humano dotado de direitos e deveres.
 Todos somos cidadãos. O que nos difere é o privilégio de poucos que gera esta desigualdade como, por exemplo, jogadores de futebol que, sem querer desvaloriza-los, em nosso país são muito valorizados, enquanto aqueles que estudam para passar em uma boa universidade nem sempre têm as mesmas oportunidades financeiras.
                A globalização nos garante o acesso a informação, mas não aos direitos. Temos como exemplo os teatros e grandes espetáculos divulgados na mídia, onde a população de baixa renda não tem acesso aos mesmos. Contudo, temos algumas iniciativas do teatro “gratuito” (pago com nossos impostos), mas estes não são tão divulgados.
“A vida ingrata de quem acha que é notícia,
De quem acha que é momento,
Na tua tela,
Quer ensinar fazer comida uma nação
Que não tem ovo na panela[...]”

O Teatro Mágico – Xanéu Nº 5

Ainda temos a grande ideia da aldeia planetária, onde tudo vai bem para todos. No entanto, nunca poderemos ter está certeza, pois há grandes desafios a serem vencidos para mostrar ao um mundo um mundo diferente (Milton Santos).

Helena Pais e Nieve Dios




[1] COELHO, Teixeira. O que é utopia?, São Paulo, Abril Cultural; Editora Brasiliense; Coleção Primeiros Passos, 1985, pág. 19.



segunda-feira, 5 de novembro de 2012

NÃO HABITA SE HABITUA...

Observe o cenário, a letra e como o personagem é tratado pela "sociedade".... 
O que a música reflete? É A REALIDADE que foi colocada anteriormente?


                                                                     A MARGEM DE TODA CANDURA....
                                                                                                          



No princípio era o Verbo. O verbo Ser. Conjugava-se apenas no infinito. Ser, e nada mais.
Intransitivo absoluto.
Isto foi no principio. Depois transigiu, e muito. 

Em vários modos, tempos e pessoas. 
Ah, nem queiras saber o que são as pessoas: eu, tu, ele, nós,
vós, eles...
Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não lêem.
Sonhar é acordar-se para dentro.

(Mário Quintana - A GRANDE CATÁSTROFE)



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Referencia Bibliográfica: http://sonhodeumaflauta.blogspot.com.br/2011/02/quintaneirando.html

Nieve Dios

domingo, 4 de novembro de 2012

"EU NÃO ESCREVO EM PORTUGUÊS. ESCREVO EU MESMO." Fernando Pessoa


"Como não sabe falar direito Jô? Você é uma poetiza de natureza. Você reinventa as palavras, pois é, coisas que os poetas deveriam fazer...”

“A questão é que mais da metade do país, não conseguem terminar o Ensino Fundamental e essas pessoas são discriminadas porque não falam o portugues coloquial corretamente. O que importa é se você vive aquilo que você fala.”
Fernando Anitelli (cantor e compositor da banda O teatro mágico) inicia-se sua música Zaluzejo (azulejo) com essas afirmações, mas o que é discriminação?

Discriminação = vtd 1 Discernir: Discriminar as causas de uma situação. 2 Diferençar, distinguir: Já os olhos mal discriminavam os caracteres. 3 Separar: Discriminar argumentos, razões. Discriminava bem umas das outras razões. 4 Classificar especificando; especificar. 5 Tratar de modo preferencial, geralmente com prejuízo para uma das partes.
Isso acontece porque uma "sociedade, com todas as suas deformações e virtudes, estabelece a visão de um cidadão ideal". Quem determinou o certo e o errado? E o português coloquial é o correto? Se for o correto, será que também serão discriminadas as pessoas que não escrevem a nova ortografia da nossa Língua Portuguesa?
Nossa língua não só sofre discriminação nesse aspecto, mais também pessoas que residem nas nossas regiões brasileiras, principalmente pessoas do Nordeste Brasileiro, pela pronúncia de palavras com sotaque. Anitelli, compõe sua música propositalmente com superstições e pronúncias de diversas palavras erradas “Pigilógico, tauba, cera lítica, sucritcho,graxite, vrido, zaluzejo. (Psicólogo,tábua, cera liquida, sulfite, grafite, vidro, azulejo). No decorrer da música também há afirmações de tradições no nosso cotidiano. “No salão de noite, tem coisa que num sei, mulher com mulher e lesbá e homem com homem é gay, mas dizem que quem beija os dois é bixessional, só não pode falar nada, quando é baile de carnaval”, por que não falamos nada, devemos refletir porque a aceitação na sociedade no carnaval o famoso “vale nigth” e no dias não festivos é escândalos perante a sociedade. “Na novelas das oito Torre de Babel, menina que não é virgem eu vejo casar de véu.” Isso é certo ou é errado? Finalizando a música o compositor, afirma que: “Errado é aquele que fala correto e não vive o que diz”. Esquecemos que tal pessoa que não pronuncia as palavras corretamente é uma um ser histórico, que tem muito mais experiência de vida que eu  e muitos formandos que concluíram o Ensino Superior e continuam redigindo ou falando errado. Não devemos esquecer que o nosso HD (a vida), “apague as nossas memórias, os nossos textos da madrugadas (dos dias, das tardes), tudo que cada um de nós já salvamos, já passou e o tanto que vamos salvar”, salvar de experiências e aprendizados.
Nós devemos aprender a conhecer a si mesmo antes de falar de algo, lembrar-se da nossa caminhada até a universidade e olhar e imaginar, o porquê você encara aquela pessoa como um ser “ignorante”. Dar-se inicio de compreender e se instruir. Esse começo depende apenas de uma pessoa. Por nós mesmos. No término da música gravado no álbum " Entrada para Raros", Jó termina falando: " E eu sou uma pessoa muito divertida...eles não inventam nada...eu gostava de inventar as coisa...não sei falar direito..inventar uma piada, inventar uma palavra, inventar uma brincadeira...não sei fala"
Não devemos nos esquecer que não o conhecemos e todos nós não passamos apenas de seres humanos em uma sociedade que busca nos vender, nos prender. Querendo nos comprar, querendo nos sedar e cegar.Não querem deixanos nos pensarmos.
“Todo sujeito é livre para conjugar o verbo que quiser,
Todo verbo é livre para ser direto ou indireto.
Nenhum predicado será prejudicado,
Nem tampouco a frase, nem a crase, nem a vírgula e ponto final!
Afinal, a má gramática da vida nos põe entre pausas, entre vírgulas,
E estar entre vírgulas pode ser aposto,
E eu aposto o oposto: que vou cativar a todos
Sendo apenas um sujeito simples.
Um sujeito e sua oração,
Sua pressa, e sua verdade, sua fé,
Que a regência da paz sirva a todos nós.
Cegos ou não,
Que enxerguemos o fato.
Separados ou adjuntos, nominais ou não,
Façamos parte do contexto da crônica
E de todas as capas de edição especial.
Sejamos também o anúncio da contra-capa,
Pois ser a capa e ser contra a capa
É a beleza da contradição [...]”
(Sintaxe à vontade - Fernando Anitelli) 
 
                                                                                  (Nieve Dios)
   
 


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(Referência Bibliográfica: Como amar uma criança. Janusz Korczak.
                                  A criança e o artista. Paulo Tarso Cheida Sans)

sábado, 3 de novembro de 2012

QUE HISTÓRIA É ESSA?: O QUE DIREMOS?

"Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Como os nossos pais..."
Elis Regina (Intérprete) - "Como nossos pais"

 "Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil em 22 de abril de 1500...
A princesa Isabel assinou a Lei Áurea em 13 de maio de 1888...
Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil em 22 de abril de 1500...
A princesa Isabel assinou a Lei Áurea em 13 de maio de 1888...
Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil em 22 de abril de 1500...
A princesa Isabel assinou a Lei Áurea em 13 de maio de 1888...
A PRINCESA ISABEL CABRAL DESCOBRIU OS ESCRAVOS EM 22 DE MAIO DE 1588......."

Que confusão não é mesmo? Este é um exemplo um tanto que exagerado do ensino tradicional, onde acredita-se que as crianças só aprendem quando decoram. Mas de que adianta tanta "decoreba" se o aluno acaba não entendendo de fato sobre aquilo? Segundo Simone Selbach, "no bom ensino de História, é essencial que o aluno transforme as informações que ouve em conhecimento"¹
 Ao construir tal conhecimento, podemos dizer que o aluno "expandiu sua mente". Não deixará que a mídia influencie em suas escolhas, torna-se um cidadão crítico.
 Podemos ter como um bom exemplo o período ditatorial, onde por 21 anos o Brasil esteve a mercê dos militares. A população não contente com esta decisão, foram a luta onde muitos morreram lutando pelo seu ideal. Com o movimento das Diretas já, em 1985 o Brasil volta a ser uma República Federativa. E o que houve depois disto?
 Muitos presidentes, deputados, governadores, pefeitos etc começaram a desviar dinheiro público. Isso tornou-se algo tão normal que a população já não liga mais quem ficará no poder. Frases como "São todos políticos corruptos" são muito faladas em época de eleição (bem como fora dela), como se a população não tivesse sua parcela de culpa. Volando ao exemplo da ditadura, a população não satisfeita lutou por seus ideais. Já agora, acomodados que estão, preferem deixar como esta, dizendo que o país nunca prosseguirá. O que houve com o nosso país?
 Este foi um exemplo de uma possível aula de história onde os alunos são convidados a debater, expor suas opiniões, refletir e aprender sobre a Ditadura Militar, relacionando-a com a população atual. Claro, devemos lembrar de que boa parte da população não enfrentava os militares por medo de morrer.
 Nisto, podemos concluir que uma aula de história não precisa ser apenas a "decoreba" de que todos falam. Pode-se abordar diversos assuntos e fazer com que os alunos reflitam sobre a sua realidade e, por que não, ir a luta de seus ideiais.
 Questionemos e mudemos nossa realidade! Para que as crianças do futuro não sejam os mesmos vivendo como os pais.

Helena Pais
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¹ SELBACH, Simone (supervisão geral) História e Didática. Editora Vozes, Rio de Janeiro, 2010.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

E NO PRIMEIRO DE MAIO...

Conto: http://www.contee.org.br/noticias/artigos/art633.asp

"No grande dia Primeiro de Maio, não eram bem seis horas e já o 35 pulara da cama, afobado. Estava bem disposto, até alegre, ele bem afirmara aos companheiros da Estação da Luz que queria celebrar e havia de celebrar."

  O Dia do Trabalho. Primeiro de maio. Muitas empresas costumam dar folgas a seus funcionários, porém existem as excessões.
  Neste conto de Mário de Andrade, o protagonista 35 acha que o Dia do Trabalho é dia para se celebrar, mas em seu trabalho, aparentemente apenas ele pensa assim.
  Todo arrumado, ele sai pelas ruas arranjar o que fazer e, quando passa pelo seu local de trabalho, os colegas zombam dele. Irritado, ele continua andando pelas ruas esperando algum motim (seja em São Paulo ou em qualquer outro local do mundo), mas sem os trabalhadores a cidade torna-se algo parado, sem muito o que fazer.
  Mas por que 35? O ano de 1935 foi um ano de muitas revoltas comunistas em São Paulo, e por isso o 35 é um personagem tão revoltado, principalmente com os policiais.
  Por fim, fica para refletirmos a seguinte questão: "Primeiro de Maio: Comemorar ou Revolucionar?"
Helena Pais