terça-feira, 6 de novembro de 2012

A REALIDADE





A imaginação utópica quer ainda [...] que todos sejam tratados do mesmo modo, homens, mulheres e crianças. Que ninguém passe necessidade. [...] E que exista a liberdade de expressão, e a religiosa. E que a educação seja acessível a todos.”
 Teixeira Coelho[1]
                Ao se depararem com cenas como esta,muitos se sentem chocados e pensam o quanto governo e sociedade pouco fazem para melhorar as condições de vida dos menos favorecidos. Contudo devemos lembrar que pertencemos a esta sociedade e que somos também responsáveis por esta desigualdade, até mesmo quando elegemos aqueles que governam o país.
                Como diria Teixeira Coelho na epígrafe deste artigo, a “imaginação utópica” vê um mundo onde “... ninguém passe necessidade”. Como podemos notar, não é o que ocorre e parece que estamos longe disso.
                A cidadania é ter acesso aos direitos. Os deveres vêm em decorrência do acesso aos direitos, afinal, se negam os direitos, como pode cobrar os deveres de alguém?
                Isto nos leva a pensar quais são esses direitos. Dentre eles, educação, saúde, lazer e moradia. Observando esta imagem, poderíamos concluir que estas crianças não seriam consideradas cidadãos?
                A busca pelos direitos é algo constante, porém inalcançável para os menos favorecidos, levando-os a desistirem no meio do percurso. Mas existem diversas ONGs que tentam mudar essa situação, ajudando milhões de brasileiros a conquistar a sua cidadania e dignidade enquanto ser humano dotado de direitos e deveres.
 Todos somos cidadãos. O que nos difere é o privilégio de poucos que gera esta desigualdade como, por exemplo, jogadores de futebol que, sem querer desvaloriza-los, em nosso país são muito valorizados, enquanto aqueles que estudam para passar em uma boa universidade nem sempre têm as mesmas oportunidades financeiras.
                A globalização nos garante o acesso a informação, mas não aos direitos. Temos como exemplo os teatros e grandes espetáculos divulgados na mídia, onde a população de baixa renda não tem acesso aos mesmos. Contudo, temos algumas iniciativas do teatro “gratuito” (pago com nossos impostos), mas estes não são tão divulgados.
“A vida ingrata de quem acha que é notícia,
De quem acha que é momento,
Na tua tela,
Quer ensinar fazer comida uma nação
Que não tem ovo na panela[...]”

O Teatro Mágico – Xanéu Nº 5

Ainda temos a grande ideia da aldeia planetária, onde tudo vai bem para todos. No entanto, nunca poderemos ter está certeza, pois há grandes desafios a serem vencidos para mostrar ao um mundo um mundo diferente (Milton Santos).

Helena Pais e Nieve Dios




[1] COELHO, Teixeira. O que é utopia?, São Paulo, Abril Cultural; Editora Brasiliense; Coleção Primeiros Passos, 1985, pág. 19.



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